27 de dezembro de 2009
A Loira da BR
Claúdia estava radiante, afinal, estava indo passar um belo final de semana em Porto Seguro. Depois de um longo trimestre de muito trabalho, achou que merecia um descanso. Então, a convite de um velho amigo, resolveu deixar a cidade onde morava, Jequié, para curtir uma futura inesquecível viagem.
Enfim, depois de tantos atrasos, sua mala estava pronta. Por alguma razão que ela não sabia explicar, meteu duas garrafas de champanhe e uma de Wisky na sua velha sacola de feira. Pronto. Agora a única coisa que faltava era a praia.
Às nove horas, ela dava partida no seu carro, um Palio rosa extremamente decorado com panteras e beija-flores. Ninguém entendia aquele gosto - nem eu, para falar a verdade - Deu aquela última respirada, fez aquele sinal da cruz, quando o carro alcançara a BR que dava acessso ao seu descanso.
Claúdia, a uma certa altura, ligou o rádio e começou a ouvir Belchior, o seu ídolo. Que brisa, meu Deus! Por que tenho que morar longe desta calmaria. Deixa de ser doida, mulher, ninguém pode morar na beira da estrada - riu-se a loira.
Quando faltava mais de 40km para o seu destino, reparou que a BR estava completamente livre, logo, achou que não tinha nenhum problema em usar as duas pistas.
Este pensamento prevaleceu durante doze minutos.
Ela fungava, cantava, respirava, quando a única coisa que ela pode fazer, e por impulso, foi lançar o carro na mata ao lado da pista. O motorista do outro carro saiu furioso de dentro do seu EcoSport. - O que você tem na cabeça, PORRA! Não sabe que essa ''mão'' é a minha? a da volta? Ah, tá explicado. É MULHER! POUTZ! E LOIRA!!! PODE FALAR A VERDADE!!ONDE COMPROU??? ONDE COMPROU OU ROBOU A CARTEIRA? - Claúdia estava arrasada, seu final de semana tinha se transformado em um tremendo prejuízo - Só quero saber quem é que vai pagar a conta - murmurava o motorista.
- Senhor, peço desculpas pela incoveniência. Agirei dentro da lei. Fique despreocupado, cuidarei de todos os gastos. ACHO BOM!
Nessa altura, o DER já tinha sido acionado pelos vários motoristas que presenciaram o acidente. Em poucos minutos o socorro chegaria. - Senhor, sempre ouvi a minha vó dizer que não se deve chorar pelo leite derramado. Você fala isso por que não foi o seu carro que bateu na cerca. Olha a lataria em que ele se transformou. tsc!
Mas eu vou pagar, já falei. O senhor está muito nervoso. Qual é o seu nome?
O motorista, meio receoso, disse - Eron, meu nome é Eron, mas precisamente Eron Dobrada.
- Que nome lindo!
O motorista percebeu uma luz vindo do olhar daquela loira. '' Como sou bobo"'. Na beira da estrada, sozinho com esse pedaço.
- Qual é a sua graça, linda?
- Claúdia.
- Faz jus a dona dele.
- Aqui, Eron, estava indo à praia, mas, depois deste ocorrido, acho que não há mais clima para descanso, mas, para não dizer que não divertir, tenho umas bebidas ali no meu malão. Bem, espero que estejam inteirinhas...
- Está me convidando para beber?
- Bem... Nã...
- ACEITO!
Se você tivesse passado por ali trinta minutos depois do primeiro gole, iria dizer que os dois pareciam ser grandes amigos. As gargalhadas eram ensurdecedoras.
- Você está tentanto me seduzir, Eron?
- Epa! VOCÊ TENTOU PRIMEIRO!
Eron já tinha tomado toda a sua garrafa de champanhe, mas a bela moça parecia nem ter ''triscado'' na sua.
- Você está tentando me embriagar para fazer de mim gato e sapato, né? Eu deixo! Faça de mim o que quiser!
A moça, com aquele olhar cativante, aproximou-se da boca dele e tascou-lhe um beijo.
- EU SABIA!!!!! Não tem mais champanhe?AAHHHH!
- Só uma garrafa de Wisky.
- Me dá! Assim não, na boquinha!
O pedido foi prontamente atendido pela moça. Ela começou a virar a garrafa na boca dele. De vez em quando, parava parava para beijá-lo.
- Eu queria que esses acidentes acontecessem mais vezes...
-Eles estão chegando, O DER. Levanta, ERON!
- O que aconteceu aqui?- perguntou o agente.
Claúdia, com aquele jeitinho justo, simples, cativante, disparou.
- Seu guarda, estava eu dirigindo tranquilamente, quando esse bêbado invadiu a pista e quase nos matou.
- Co-mmooo asssim, bbbebeba... -
- Viu! Esse bêbado pôs a minha vida em risco. Exijo que seja punido.
O agente, dirigindo-se ao bêbado, disse - Bem, terás que pagar todos os danos causados a essa linda moça, e ainda perderá alguns pontinhos na carteira. Fique tranquilo, moça, cuidarei desse caso pessoalmente.
Eron, que mal conseguia ficar em pé, nada pode fazer. Quando tentava falar alguma coisa, era interrompido por um sonoro soco e um alto ''cala a boca, seu bêbado''.
Claúdia nunca mais topou com o bêbado, mas sempre que viaja recorre à sua velha e sofrida sacola de feira.
PS: baseado em contos populares,
23 de outubro de 2009
Pétalas Douradas
Ricardo estava muito nervoso, pois o chefe do tráfico da sua cidade, Governador Valadares, tinha lhe dado um prazo para que a maconha fosse paga, e, embora este prazo ainda não tivesse terminado, as seis horas restantes não o tranqüilizava.
Ricardo era nato da alta sociedade valadarense, era belo, loiro, alto e, devido a sua ocupação, personal trainee, tinha um físico de atleta. Tinha 23 anos e era filho do industrial mais sucedido de sua região. Fora criado pelo pai, pois a sua mãe havia morrido ao dar a luz ao primeiro e único filho. Era essa versão que foi contada a ele.
O personal teve a vida que qualquer ser humano queria ter. Aos 18 anos, já conhecia a maioria das cidades turísticas da Europa, Ilhas do Caribe, plataformas da Argentina e savanas da África.
O seu pai, por ser um homem de negócios, raramente viajava com ele, mas, por outro lado, concedia-lhe a mais bela e cara estrutura de passeios turísticos.
Até os 15 anos, Ricardo era um exemplo de filho. Extremamente obediente e inteligente. Sempre fora o primeiro da turma, já tinha sido o primeiro lugar em um concurso de nível nacional e, ao participar de uma maratona de matemática, em que havia participantes do mundo inteiro, ficou em segundo lugar, perdendo apenas para um eminente miniescritor norueguês. Depois do quinze, tudo começou a desandar, ele já não era tão obediente e seu conhecimento ficou restrito ao que aprendera antes e durante esse período escolar.
Hoje, aos vinte e três anos, o Ricardo, que era o orgulho da família, já não existia mais.
O pseudo-órfão era proprietário de uma academia, na verdade estava mais para uma garagem. O seu pai, depois de pagar três fianças pelas suas más atitudes, cortara-lhe a mesada e bloqueara todos os bens que, algum dia, viria a tomar posse, a única saída que Ricardo encontrou foi fazer o que ele era mestre em fazer: vender o corpo e abrir uma academia. Mas os lucros não eram satisfatórios, então, com a ajuda de um amigo, conheceu o chefe do tráfico e lhe pediu emprego, isto é, como a sua garagem se localizava em um excelente ponto, pediu ao traficante para ‘’passar as drogas à frente’’. Pedido que foi prontamente aceito pelo Queimado, o chefe do tráfico. O negócio, no começo, estava dando muito certo, mas, com o tempo, seus consumidores começaram a falhar, e Ricardo, a cada dia que se passava, tinha que se virar para cobrir as despesas e ficar em dia com o ‘’fornecedor’’.
Este círculo estava com os dias contados, pois, desta vez, as coisas não sairiam como Ricardo havia planejado.
A sua última encomenda ainda não tinha sido quitada, e ele só tinha mais seis horas para saldá-la, pois o sábado logo chegaria ao fim. O seu amigo, Thiago, ao ver o desespero do personal, teve uma ideia da hora.
- Ricardo, vamos ter que tomar uma atitude drástica. Você mora no meio e deve conhecer famílias riquíssimas.
- Roubar? Mas eu não nunca roubei antes?!
-Não se preocupe, a primeira vez a gente nunca esquece.
Ricardo não se sentia bem, mas sabia que estava enjaulado, pois, se não fizesse nada, não veria a cor do sol do outro dia. Então, depois de muito pensar, concluiu que assaltar uma família rica seria a única saída.
Essa aventura mudaria para sempre a vida do personal, pois uma Pétala Dourada surgiria no seu caminho.
Continua...
Ricardo era nato da alta sociedade valadarense, era belo, loiro, alto e, devido a sua ocupação, personal trainee, tinha um físico de atleta. Tinha 23 anos e era filho do industrial mais sucedido de sua região. Fora criado pelo pai, pois a sua mãe havia morrido ao dar a luz ao primeiro e único filho. Era essa versão que foi contada a ele.
O personal teve a vida que qualquer ser humano queria ter. Aos 18 anos, já conhecia a maioria das cidades turísticas da Europa, Ilhas do Caribe, plataformas da Argentina e savanas da África.
O seu pai, por ser um homem de negócios, raramente viajava com ele, mas, por outro lado, concedia-lhe a mais bela e cara estrutura de passeios turísticos.
Até os 15 anos, Ricardo era um exemplo de filho. Extremamente obediente e inteligente. Sempre fora o primeiro da turma, já tinha sido o primeiro lugar em um concurso de nível nacional e, ao participar de uma maratona de matemática, em que havia participantes do mundo inteiro, ficou em segundo lugar, perdendo apenas para um eminente miniescritor norueguês. Depois do quinze, tudo começou a desandar, ele já não era tão obediente e seu conhecimento ficou restrito ao que aprendera antes e durante esse período escolar.
Hoje, aos vinte e três anos, o Ricardo, que era o orgulho da família, já não existia mais.
O pseudo-órfão era proprietário de uma academia, na verdade estava mais para uma garagem. O seu pai, depois de pagar três fianças pelas suas más atitudes, cortara-lhe a mesada e bloqueara todos os bens que, algum dia, viria a tomar posse, a única saída que Ricardo encontrou foi fazer o que ele era mestre em fazer: vender o corpo e abrir uma academia. Mas os lucros não eram satisfatórios, então, com a ajuda de um amigo, conheceu o chefe do tráfico e lhe pediu emprego, isto é, como a sua garagem se localizava em um excelente ponto, pediu ao traficante para ‘’passar as drogas à frente’’. Pedido que foi prontamente aceito pelo Queimado, o chefe do tráfico. O negócio, no começo, estava dando muito certo, mas, com o tempo, seus consumidores começaram a falhar, e Ricardo, a cada dia que se passava, tinha que se virar para cobrir as despesas e ficar em dia com o ‘’fornecedor’’.
Este círculo estava com os dias contados, pois, desta vez, as coisas não sairiam como Ricardo havia planejado.
A sua última encomenda ainda não tinha sido quitada, e ele só tinha mais seis horas para saldá-la, pois o sábado logo chegaria ao fim. O seu amigo, Thiago, ao ver o desespero do personal, teve uma ideia da hora.
- Ricardo, vamos ter que tomar uma atitude drástica. Você mora no meio e deve conhecer famílias riquíssimas.
- Roubar? Mas eu não nunca roubei antes?!
-Não se preocupe, a primeira vez a gente nunca esquece.
Ricardo não se sentia bem, mas sabia que estava enjaulado, pois, se não fizesse nada, não veria a cor do sol do outro dia. Então, depois de muito pensar, concluiu que assaltar uma família rica seria a única saída.
Essa aventura mudaria para sempre a vida do personal, pois uma Pétala Dourada surgiria no seu caminho.
Continua...
11 de outubro de 2009
Voltando atrás.
Lúcilia caminhava, decidida, nada iria atrapalhar a sua carreira de modelo. - Lutei muito para chegar até aqui, não vai ser um bastardo que atrapalhará o meu caminho - falou para o ser que carregava no seu ventre.
Não iria demorar para chegar ao lugar desejado. Segundo as suas contas, estaria na clínica em dez minutos, no máximo.
Lucílía era de origem pobre. Os seus pais moravam no interior do Ceará, em uma cidadezinha que ele fazia questão de esquecer o nome.Vivera naquele lugar durante toda a sua infância. Sua tia, ao fazer uma vista fora de hora para os seus pais, a convidou para morar no Rio de Janeiro.
Marina, a tia materna da Lucília, convenceu a sua irmã a deixar a filha correr atrás dos sonhos dela. Que futuro você espera para a sua filha aqui? Catar quiabo todos o dias? Francamente! Não atrapalhe a vida de sua filha, irmã! Tereza, a mãe de Lucília, em meio muito a choro e lágrimas, deixou que a filha partisse.
Passaram-se dez minutos, ela já havia chegado na clínica. Estava sentido um desconforto, mas isso não faria com que sua decisão fosse adiada.
O homem de branco a chamou, pediu para que ela entrasse em uma sala pequena, esta cheirava a casa suja em dias de inverno. A maca estava está suja de sangue, provavelmente da ''menina'' que ela a viu saindo, aos prantos.
Mas Lucília era forte, o seu objetivo justificava a sua atitude. Com um aperto no coração, deixou que aquele homem efetivasse a sua decisão.
- Está sentindo alguma coisa? - perguntou o homem de branco
- Sinto uma vontade de vomit...- falou Lucília, mirando na seringa vazia que jazia na mão esquerda do homem.
Já era tarde, ela não deveria está ali. Levantou-se bruscamente. Reparou que a maca estava bem mais suja agora.
O homem veio até ela e disse que tudo estava perfeitamente bem.
Ela sorriu, um pouco constrangida.
Agora a única coisa que importava era sua carrreira.
Algum tempo se passou, e Lúcilia tinha conseguido se tornar uma modelo de sucesso, casou-se com um empresário da moda, e teve dois filhos com ele.
Apesar de todo o seu sucesso, Lucília sentia falta de algo, talvez do filho que ela havia tirado há vinte e três anos atrás - ela estava com quarenta anos. Como pude fazer isso?
Certo dia, após uma briga violenta com o seu marido, decidiu se separar dele.
O seu marido foi embora, deixando dinheiro suficiente para que ela pudesse ter uma vida digna.
Agora, sem pai e sem mãe - a casa deles fora queimada, e com eles dentro - Lucília decidiu se dedicar aos filhos, porém, na primeira pirraça que seu filho de quatro anos, o mais novo,fez, ela perdeu a estribeira. Bateu tanto no menino que sangue jorrou da boca dele.
Irada, virou-se para Pedro e disse...
- EU TE MATO, EU TE MATO SE APRONTAR MAIS UMA COMIGO!
O menino fechou a cara, ficou triste, pensativo e, com um novo rosto figurando no rosto dele, virou-se para mãe e disse:
- Outra vez?
Foi aí que o despertador tocou.
Lucília, agora, sabia o que não deveria fazer.
Não iria demorar para chegar ao lugar desejado. Segundo as suas contas, estaria na clínica em dez minutos, no máximo.
Lucílía era de origem pobre. Os seus pais moravam no interior do Ceará, em uma cidadezinha que ele fazia questão de esquecer o nome.Vivera naquele lugar durante toda a sua infância. Sua tia, ao fazer uma vista fora de hora para os seus pais, a convidou para morar no Rio de Janeiro.
Marina, a tia materna da Lucília, convenceu a sua irmã a deixar a filha correr atrás dos sonhos dela. Que futuro você espera para a sua filha aqui? Catar quiabo todos o dias? Francamente! Não atrapalhe a vida de sua filha, irmã! Tereza, a mãe de Lucília, em meio muito a choro e lágrimas, deixou que a filha partisse.
Passaram-se dez minutos, ela já havia chegado na clínica. Estava sentido um desconforto, mas isso não faria com que sua decisão fosse adiada.
O homem de branco a chamou, pediu para que ela entrasse em uma sala pequena, esta cheirava a casa suja em dias de inverno. A maca estava está suja de sangue, provavelmente da ''menina'' que ela a viu saindo, aos prantos.
Mas Lucília era forte, o seu objetivo justificava a sua atitude. Com um aperto no coração, deixou que aquele homem efetivasse a sua decisão.
- Está sentindo alguma coisa? - perguntou o homem de branco
- Sinto uma vontade de vomit...- falou Lucília, mirando na seringa vazia que jazia na mão esquerda do homem.
Já era tarde, ela não deveria está ali. Levantou-se bruscamente. Reparou que a maca estava bem mais suja agora.
O homem veio até ela e disse que tudo estava perfeitamente bem.
Ela sorriu, um pouco constrangida.
Agora a única coisa que importava era sua carrreira.
Algum tempo se passou, e Lúcilia tinha conseguido se tornar uma modelo de sucesso, casou-se com um empresário da moda, e teve dois filhos com ele.
Apesar de todo o seu sucesso, Lucília sentia falta de algo, talvez do filho que ela havia tirado há vinte e três anos atrás - ela estava com quarenta anos. Como pude fazer isso?
Certo dia, após uma briga violenta com o seu marido, decidiu se separar dele.
O seu marido foi embora, deixando dinheiro suficiente para que ela pudesse ter uma vida digna.
Agora, sem pai e sem mãe - a casa deles fora queimada, e com eles dentro - Lucília decidiu se dedicar aos filhos, porém, na primeira pirraça que seu filho de quatro anos, o mais novo,fez, ela perdeu a estribeira. Bateu tanto no menino que sangue jorrou da boca dele.
Irada, virou-se para Pedro e disse...
- EU TE MATO, EU TE MATO SE APRONTAR MAIS UMA COMIGO!
O menino fechou a cara, ficou triste, pensativo e, com um novo rosto figurando no rosto dele, virou-se para mãe e disse:
- Outra vez?
Foi aí que o despertador tocou.
Lucília, agora, sabia o que não deveria fazer.
3 de outubro de 2009
Coisa Esquisita
Todos vocês devem ficar nervosos na hora de responder às questões das provas escolares. Manifestações físicas de todos os tipos aparecem nessa hora. Já vi gente se empanturrar com chocolates, se enfartar de tanto beber água, roer as cutículas, enrolar os cabelos, coçar as mãos, cruzar e descruzar os pés, piscar constantemente, ''mastigar'' saliva e ''beber'' ar, assoviar, estalar os dedos, fazer miniesculturas com chicletes (para depois pregá-los embaixo da carteira), entre tantas outras desagradáveis manias, como estalar chicletes ou provocar ruídos insuportáveis com a mastigação dos famosos salgadinhos. Eu, particularmente, sempre controlei os meus instintos nesse momento tão importante, mas, ultimamente, tenho percebido uma manifestação um tanto esquisita da minha parte. A semana passada foi de muitas provas (Parasitologia prática e teórica, Histologia prática e teórica e Mat. & Bioestatística), e uma coisa estranha aconteceu comigo nos momentos das avaliações. A princípio eu pensei que era apenas uma reação de hipersensibilidade a algum desodorante comprado nas lojas de 1.99 ou ao cheiro de chulé dos salgadinhos, mas percebi que não era bem isso. Tá, tá, tá... Já vou falar o que aconteceu. Eu simplesmente comecei a espirrar e a soluçar, espirrei e solucei durante uns cinco minutos. Fiquei acanhado, pois percebi que as pessoas estavam ficando nervosas com o meu acesso de... O engraçado é que quanto mais eu espirrava mais vontade eu tinha de espirrar, se eu não abafasse alguns espirros, parece que, por si sós, eles não dariam uma trégua. Já os soluços, nem São Braz conseguiu me ajudar, o jeito foi beber bastante água. Será isso uma manifestação nervosa provocada pela situação? Não sei. Estou começando a ficar preocupado, mais comigo do que com os outros, uma vez que eu não consigo controlar essa situação, contrastando com eles, que poderiam muito bem deixar para comer ou manifestar macaquices em outras ocasiões.
25 de setembro de 2009
Olhos Azuis
- Você quer se casar comigo?
- Sim! Claro que sim. Sim, sim e sim – respondeu Clarice, visivelmente emocionada, à pergunta mais esperada dos últimos dois anos. Em um sábado primaveril, quero muitas flores vermelhas adornando o altar, pétalas de rosas enfeitando os tapetes... Vasos de malvas na entrada... Uma bela coroa de hortênsias azuis encrespada nos meus cabelos - sonhava, com um olhar distante e rosto abobadado.
Clarice era uma mulher de aparência extremamente marcante, olhos cor-de-palha-seca, pele morena, seus longos e encaracolados cabelos pretos, corpo esguio e lábios carnudos provocavam uma visão deslumbrante, para uma engenheira civil de 38 anos.
Cristiano era gentil, não era tão belo quanto a sua noiva, mas tinha alguns atributos físicos que era o sonho de qualquer perua metida a frequentadora do raio society.Os seus olhos pretos, lábios extremamente carnudos, roxos, e seu físico exalavam uma áurea de virilidade, fazendo com que ele aparentasse bem menos que os seus 41 anos.
Clarice e Cristiano namoravam a mais de dois anos, ele, na verdade, só tomou a iniciativa para pedi-la em casamento, porque havia sido promovido - era mecânico, mas o seu chefe, ao reparar as suas habilidades matemáticas, o promoveu a subgerente - pois considerou que ganharia o suficiente para poder sustentar sua futura família, mas, se eles passassem algumas dificuldades, o amor dele superaria todas elas – concluiu.
Três meses se passaram. O dia do casamento chegou. Ela estava mais linda do que de costume, vestia um longo azul-celado, um diadema encrespado com hortênsias azuis. Tanto o seu pescoço quanto as suas orelhas reluziam sobre um conjunto de águas-marinhas, e suas sapatilhas destoavam do conjunto em um cinza-prateado.
Cristiano, bem, estava como qualquer homem estaria. Camisa social branca, gravata à italiana e trajava um conjunto preto que tomara emprestado do seu gerente.
Os dois estavam regozijantes, não só porque iriam se casar, mas porque isso significava o fim de uma perseguição, protagonizada pelas famílias de ambos. A família dela nunca aceitou esse relacionamento, os seus pais diziam que ela tinha misturado sangue nobre com a ralé, que ela manchara e negara as suas raízes. Já o pai dele – ele perdera a sua mãe quando tinha 17 anos - sempre duvidara que uma mulher, pertencente a uma classe social mais elevada e extremamente bela, poderia se apaixonar e amar o seu filho.
A tarde caía, e os convidados, recepcionados por garçons, ao som de As Quatro Estações de Vivaldi, começaram a chegar. O casamento seria em um clube do amigo de Clarice, que lhe cedeu aquele espaço, com uma única condição: que toda a sujeira fosse retirada.
Tudo fora decorado conforme o desejo de Clarice.
Cristiano chegou por volta das 18h, acompanhado apenas pelo seu amigo, Pedro.
Ele admirou a grandeza daquela festa, e, embora faltasse mais de uma hora para o começo do evento, decidiu que esperar Clarice no altar, durante alguns minutos a mais, não estragaria a sua felicidade, pois sabia que logo-logo¹ essa espera terminaria – Não do jeito que ele pensara, mas terminaria.
Clarice, em sua casa, estava passando a maior provação da sua vida, a visita do filho do advogado da família a fez refletir se era realmente isso que ela queria – casar com um mecânico em ascensão a subgerente - se ela realmente amava Cristiano, ou tudo não passava de um método para contrariar os seus pais. Lúcio era um rapaz de 23 anos, atraente, cabelos extremamente lisos e pretos, físico de esportista, e seu belo par de olhos-azuis provocaram, em Clarice, um turbilhão de perguntas e dúvidas no seio mais íntimo do seu coração.
Ela sempre soube do interesse de Lúcio por ela, mas nunca tinha reparado nele alguma característica que a fizesse balançar. Ele, percebendo a inquietação dela, aproveitou e, insistentemente, pediu para ter uma última conversa com ela, a sós. Ela aceitou.
A jovialidade, bem como o interesse de Lúcio, fez a sua vaidade falar mais alto, pois, ao resistir, sem sucesso, a uma investida do belo rapaz, percebeu que ele realmente a desejava. Ela já não sabia se queria casar com Cristiano. Este permanecia no altar, confiante, sorridente, saudando cada convidado que subia no altar para lhe desejar felicidades.
Clarice pensava em Cristiano, sabia que ele a estava esperando. Pensava em Lúcio, que estava prometendo noites tórridas de amor, regadas a vinhos italianos e champanhes franceses. Enfim, depois de sua inquietação repentina por Lúcio, teve certeza de que não amava Cristiano o bastante para se casar. Decidiu colocar fim à espera dele.
Nos jardins, um silêncio estranho dominava o ambiente, Cristiano ainda sorria. Ao som de uma valsa, aquele longo silêncio foi quebrado. Ele atendera o celular, sorridente...
Cristiano, silenciosamente, com olhos tristes e molhados, desceu do altar. A espera terminou
Os dois se encontraram minutos depois e, ao contrário do que ela pensara, ele não estava nervoso. Ela lhe disse que não tinha certeza se ele representava a sua felicidade e que as dúvidas recentes diziam que ela não o faria feliz. Ele, triste, cabisbaixo, concordara que jamais se casaria se soubesse que ela não tinha certeza se era isso que queria. Então, antes de sair da vida dela, ele fez um pedido. - Quero que você me prometa uma coisa.
Ela, surpresa, respondeu - Sim.
- Prometa que vai ser feliz, por favor, prometa.
- Está bem, eu juro que vou ser muito feliz. Desejo que você encontre uma mulher que te mereça e que traga a felicidade que eu não posso te dar. E, ouvindo isso, Cristiano partiu definitivamente da sua vida. Ele perdera o seu amor para um par de olhos azuis.
Clarice e Lúcio logo engataram um romance que, além de muito esquentado, era aprovado pela família de ambos. Ver a filha se casar com um advogado era o sonho de sua mãe.
Algum tempo depois, Clarice e Lúcio já estavam partindo para a lua-de-mel em Paris, o sonho de consumo de todas as mulheres – bem, era assim que o rapaz pensava - Seria uma viagem inesquecível.
Se Clarice ainda tinha alguma dúvida quanto a sua escolha, esta foi completamente encerrada, o ar romântico daquela cidade a encantou tanto que desejou nunca mais sair dali – Ela ainda não sabia que o seu desejo iria se concretizar.
No último dia da lua-de-mel, a recém-casada foi surpreendida.
- Você gostaria de morar aqui?
- Você não pode estar falando sério. Morar aqui, um sonho! Ela cogitou em dizer que ia pensar, mas ao lembrar-se do seu não tão velho passado, decidiu que uma temporada em Paris não faria mal algum.
- Sim, mas apenas uma temporada, se eu me adaptar, ai poderemos ficar.
- Ótimo! Meu pai contatou uns amigos dele, tenho certeza que eles conseguirão um bom emprego para mim.
Passaram-se cinco anos, e Clarice ainda estava morando na Cidade Luz. Sua vida já não era tão animada como no início do seu casamento. Seu rosto já não era tão belo, seus cabelos estavam curtos, enfumaçados, malcheirosos e tinha adquirido uns quilos a mais. Morava em um apartamento pequeno, criava dois filhos extraconjugais do seu marido e ainda tinha que suportar os porres dele. Lúcio roubara toda a sua herança – os pais de Clarice foram vítimas de um misterioso acidente de carro, em uma visita que estes fizeram para ela- Esta, agora, sentia saudades de Cristiano, sabia que tinha feito a escolha errada, mas também sabia que não podia voltar atrás, pois ele já comemorava três anos de um casamento bastante harmonioso, com uma mulher que também tinha sido iludida por um par de olhos azuis.
Certo dia, na beira da sua cama, Clarice pensava, pensava e pensava sobre o que faria da sua vida. Pensou em suicídio, mas aprendera a amar os filhos do seu marido, sabia que, na sua falta, os meninos passariam por diversas tormentas, então, resolveu que iria se sacrificar - os meninos não tinham culpa da sua escolha - pensou. Ela chorou profundamente.
- Por que você está chorando, mamãe?
- Eu não estou chorando, filho, não estou.
- Está sim, eu estou vendo.
- Foi um cisco, estava tentando tirar, mas não consigo, pegue o espelho na gaveta para mim
- Está aqui, mamãe.
Ao olhar-se no espelho, lembrou do seu passado, tornou a sentir ódio de si mesma, pois o espelho sempre mostrava as marcas da sua escolha.
Fitando-a no espelho, triste e chorosa, concluiu:
- Eu, de fato, ganhei um par de olhos azuis.
¹ as regras de pontuação da Língua Portuguesa determinam a inserção de uma vírgula entre esses termos, o autor, por considerar que a vírgula tira o sentido de rapidez ‘’desse termo’’², prefere logo-logo.
² o autor considera logo-logo uma palavra composta, assim como corre-corre, já-já, reco-reco, entre outras.
- Você quer se casar comigo?
- Sim! Claro que sim. Sim, sim e sim – respondeu Clarice, visivelmente emocionada, à pergunta mais esperada dos últimos dois anos. Em um sábado primaveril, quero muitas flores vermelhas adornando o altar, pétalas de rosas enfeitando os tapetes... Vasos de malvas na entrada... Uma bela coroa de hortênsias azuis encrespada nos meus cabelos - sonhava, com um olhar distante e rosto abobadado.
Clarice era uma mulher de aparência extremamente marcante, olhos cor-de-palha-seca, pele morena, seus longos e encaracolados cabelos pretos, corpo esguio e lábios carnudos provocavam uma visão deslumbrante, para uma engenheira civil de 38 anos.
Cristiano era gentil, não era tão belo quanto a sua noiva, mas tinha alguns atributos físicos que era o sonho de qualquer perua metida a frequentadora do raio society.Os seus olhos pretos, lábios extremamente carnudos, roxos, e seu físico exalavam uma áurea de virilidade, fazendo com que ele aparentasse bem menos que os seus 41 anos.
Clarice e Cristiano namoravam a mais de dois anos, ele, na verdade, só tomou a iniciativa para pedi-la em casamento, porque havia sido promovido - era mecânico, mas o seu chefe, ao reparar as suas habilidades matemáticas, o promoveu a subgerente - pois considerou que ganharia o suficiente para poder sustentar sua futura família, mas, se eles passassem algumas dificuldades, o amor dele superaria todas elas – concluiu.
Três meses se passaram. O dia do casamento chegou. Ela estava mais linda do que de costume, vestia um longo azul-celado, um diadema encrespado com hortênsias azuis. Tanto o seu pescoço quanto as suas orelhas reluziam sobre um conjunto de águas-marinhas, e suas sapatilhas destoavam do conjunto em um cinza-prateado.
Cristiano, bem, estava como qualquer homem estaria. Camisa social branca, gravata à italiana e trajava um conjunto preto que tomara emprestado do seu gerente.
Os dois estavam regozijantes, não só porque iriam se casar, mas porque isso significava o fim de uma perseguição, protagonizada pelas famílias de ambos. A família dela nunca aceitou esse relacionamento, os seus pais diziam que ela tinha misturado sangue nobre com a ralé, que ela manchara e negara as suas raízes. Já o pai dele – ele perdera a sua mãe quando tinha 17 anos - sempre duvidara que uma mulher, pertencente a uma classe social mais elevada e extremamente bela, poderia se apaixonar e amar o seu filho.
A tarde caía, e os convidados, recepcionados por garçons, ao som de As Quatro Estações de Vivaldi, começaram a chegar. O casamento seria em um clube do amigo de Clarice, que lhe cedeu aquele espaço, com uma única condição: que toda a sujeira fosse retirada.
Tudo fora decorado conforme o desejo de Clarice.
Cristiano chegou por volta das 18h, acompanhado apenas pelo seu amigo, Pedro.
Ele admirou a grandeza daquela festa, e, embora faltasse mais de uma hora para o começo do evento, decidiu que esperar Clarice no altar, durante alguns minutos a mais, não estragaria a sua felicidade, pois sabia que logo-logo¹ essa espera terminaria – Não do jeito que ele pensara, mas terminaria.
Clarice, em sua casa, estava passando a maior provação da sua vida, a visita do filho do advogado da família a fez refletir se era realmente isso que ela queria – casar com um mecânico em ascensão a subgerente - se ela realmente amava Cristiano, ou tudo não passava de um método para contrariar os seus pais. Lúcio era um rapaz de 23 anos, atraente, cabelos extremamente lisos e pretos, físico de esportista, e seu belo par de olhos-azuis provocaram, em Clarice, um turbilhão de perguntas e dúvidas no seio mais íntimo do seu coração.
Ela sempre soube do interesse de Lúcio por ela, mas nunca tinha reparado nele alguma característica que a fizesse balançar. Ele, percebendo a inquietação dela, aproveitou e, insistentemente, pediu para ter uma última conversa com ela, a sós. Ela aceitou.
A jovialidade, bem como o interesse de Lúcio, fez a sua vaidade falar mais alto, pois, ao resistir, sem sucesso, a uma investida do belo rapaz, percebeu que ele realmente a desejava. Ela já não sabia se queria casar com Cristiano. Este permanecia no altar, confiante, sorridente, saudando cada convidado que subia no altar para lhe desejar felicidades.
Clarice pensava em Cristiano, sabia que ele a estava esperando. Pensava em Lúcio, que estava prometendo noites tórridas de amor, regadas a vinhos italianos e champanhes franceses. Enfim, depois de sua inquietação repentina por Lúcio, teve certeza de que não amava Cristiano o bastante para se casar. Decidiu colocar fim à espera dele.
Nos jardins, um silêncio estranho dominava o ambiente, Cristiano ainda sorria. Ao som de uma valsa, aquele longo silêncio foi quebrado. Ele atendera o celular, sorridente...
Cristiano, silenciosamente, com olhos tristes e molhados, desceu do altar. A espera terminou
Os dois se encontraram minutos depois e, ao contrário do que ela pensara, ele não estava nervoso. Ela lhe disse que não tinha certeza se ele representava a sua felicidade e que as dúvidas recentes diziam que ela não o faria feliz. Ele, triste, cabisbaixo, concordara que jamais se casaria se soubesse que ela não tinha certeza se era isso que queria. Então, antes de sair da vida dela, ele fez um pedido. - Quero que você me prometa uma coisa.
Ela, surpresa, respondeu - Sim.
- Prometa que vai ser feliz, por favor, prometa.
- Está bem, eu juro que vou ser muito feliz. Desejo que você encontre uma mulher que te mereça e que traga a felicidade que eu não posso te dar. E, ouvindo isso, Cristiano partiu definitivamente da sua vida. Ele perdera o seu amor para um par de olhos azuis.
Clarice e Lúcio logo engataram um romance que, além de muito esquentado, era aprovado pela família de ambos. Ver a filha se casar com um advogado era o sonho de sua mãe.
Algum tempo depois, Clarice e Lúcio já estavam partindo para a lua-de-mel em Paris, o sonho de consumo de todas as mulheres – bem, era assim que o rapaz pensava - Seria uma viagem inesquecível.
Se Clarice ainda tinha alguma dúvida quanto a sua escolha, esta foi completamente encerrada, o ar romântico daquela cidade a encantou tanto que desejou nunca mais sair dali – Ela ainda não sabia que o seu desejo iria se concretizar.
No último dia da lua-de-mel, a recém-casada foi surpreendida.
- Você gostaria de morar aqui?
- Você não pode estar falando sério. Morar aqui, um sonho! Ela cogitou em dizer que ia pensar, mas ao lembrar-se do seu não tão velho passado, decidiu que uma temporada em Paris não faria mal algum.
- Sim, mas apenas uma temporada, se eu me adaptar, ai poderemos ficar.
- Ótimo! Meu pai contatou uns amigos dele, tenho certeza que eles conseguirão um bom emprego para mim.
Passaram-se cinco anos, e Clarice ainda estava morando na Cidade Luz. Sua vida já não era tão animada como no início do seu casamento. Seu rosto já não era tão belo, seus cabelos estavam curtos, enfumaçados, malcheirosos e tinha adquirido uns quilos a mais. Morava em um apartamento pequeno, criava dois filhos extraconjugais do seu marido e ainda tinha que suportar os porres dele. Lúcio roubara toda a sua herança – os pais de Clarice foram vítimas de um misterioso acidente de carro, em uma visita que estes fizeram para ela- Esta, agora, sentia saudades de Cristiano, sabia que tinha feito a escolha errada, mas também sabia que não podia voltar atrás, pois ele já comemorava três anos de um casamento bastante harmonioso, com uma mulher que também tinha sido iludida por um par de olhos azuis.
Certo dia, na beira da sua cama, Clarice pensava, pensava e pensava sobre o que faria da sua vida. Pensou em suicídio, mas aprendera a amar os filhos do seu marido, sabia que, na sua falta, os meninos passariam por diversas tormentas, então, resolveu que iria se sacrificar - os meninos não tinham culpa da sua escolha - pensou. Ela chorou profundamente.
- Por que você está chorando, mamãe?
- Eu não estou chorando, filho, não estou.
- Está sim, eu estou vendo.
- Foi um cisco, estava tentando tirar, mas não consigo, pegue o espelho na gaveta para mim
- Está aqui, mamãe.
Ao olhar-se no espelho, lembrou do seu passado, tornou a sentir ódio de si mesma, pois o espelho sempre mostrava as marcas da sua escolha.
Fitando-a no espelho, triste e chorosa, concluiu:
- Eu, de fato, ganhei um par de olhos azuis.
¹ as regras de pontuação da Língua Portuguesa determinam a inserção de uma vírgula entre esses termos, o autor, por considerar que a vírgula tira o sentido de rapidez ‘’desse termo’’², prefere logo-logo.
² o autor considera logo-logo uma palavra composta, assim como corre-corre, já-já, reco-reco, entre outras.
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